sexta-feira, 4 de maio de 2012

FILOSOFIA MODERNA E SUA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


A Filosofia Moderna corresponde ao pensamento desenvolvido da metade do século XV ao final do século XVIII. O que chamamos de mentalidade moderna advém das transformações culturais, sociais, religiosas e econômicas que ocorreram na Europa deste período. Os historiadores da filosofia designam como filosofia moderna aquele saber que se desenvolve na Europa durante o século XVII tendo como referências principais o cartesianismo - que é, a filosofia de René Descartes , a ciência da Natureza galilaica — isto é, a mecânica de Galileu Galilei —, a nova idéia do conhecimento como síntese entre observação, experimentação e razão teórica baconiana — isto é, a filosofia de Francis Bacon — e as elaborações acerca da origem e das formas da soberania política a partir das idéias de direito natural e direito civil hobbesianas — isto é, do filósofo Thomas Hobbes. Muitos historiadores preferem localizar a filosofia moderna no período designado como Século de Ferro, situado entre 1550 e 1660, tomando como referência as grandes transformações sociais, políticas e econômicas trazidas pela implantação do capitalismo, enquanto outros consideram decisivo o período entre 1618 e 1648, isto é, a Guerra dos Trinta Anos, que delineia a paisagem política e cultural da Europa moderna. Os primeiros pontos de luz nas trevas do pensar livre, provocados pela rendição da razão à soberania da fé durante a chamada idade média, são percebidos nas obras de pensadores como Copérnico que, em sua defesa e interpretação da teoria heliocêntrica provocou uma verdadeira revolução. O deslocamento da terra, obra prima do Deus criador, do centro do universo significou que o homem, tido como o supremo ato da criação, deixou também de ocupar seu lugar de criatura sujeito aos caprichos desse Deus.Da mesma forma que Sócrates, Platão e Aristóteles antes deles os filósofos da modernidade chamaram para o âmbito da inteligência e capacidade humana a tarefa de pensar o mundo.
 Características gerais da filosofia moderna
O Racionalismo: A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra”.  Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. As obras do Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus processos.
O Empirismo: Leonardo Da Vinci resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Os historiadores afirmam que o renascimento nos séculos XIV e XV marcado pela redescoberta da arte e literatura grega, o humanismo com sua ênfase no temporal e o consequente colocação do homem no centro da realidade, o repensar da política e estilo de governo marcado pelas obras do Maquiavel, o estudo científico e a Filosofia Moderna com sua ênfase do poder racional do homem, sinalizaram um retorno às raízes do pensamento racional e a morte do poder de controle do astrólogo, do mago e da igreja sobre o conhecimento.
A perfectibilidade: Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita. A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento. Embora enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade e interferência no governo.

Referências Bibliográficas:
1.ABBAGNANO, Nicola História da Filosofia, vol. VI. Lisboa -1970: Editorial Presença. Versão eletrônica:
http://www.4shared.com/file/41469479/2b8af9b8/Nicola_Abbagnano_-_Historia da filosofia_06.html Acesso em 31.08.2009.
2.CHAUÍ, Marilena Convite à Filosofia Editora Ática -13ª ed. 2006.

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