A Filosofia Moderna corresponde ao
pensamento desenvolvido da metade do século XV ao final do século XVIII. O que
chamamos de mentalidade moderna advém das transformações culturais, sociais,
religiosas e econômicas que ocorreram na Europa deste período. Os historiadores
da filosofia designam como filosofia moderna aquele saber que se desenvolve na
Europa durante o século XVII tendo como referências principais o cartesianismo -
que é, a filosofia de René Descartes , a ciência da Natureza galilaica — isto
é, a mecânica de Galileu Galilei —, a nova idéia do conhecimento como síntese
entre observação, experimentação e razão teórica baconiana — isto é, a
filosofia de Francis Bacon — e as elaborações acerca da origem e das formas da
soberania política a partir das idéias de direito natural e direito civil
hobbesianas — isto é, do filósofo Thomas Hobbes. Muitos historiadores preferem
localizar a filosofia moderna no período designado como Século de Ferro,
situado entre 1550 e 1660, tomando como referência as grandes transformações
sociais, políticas e econômicas trazidas pela implantação do capitalismo,
enquanto outros consideram decisivo o período entre 1618 e 1648, isto é, a
Guerra dos Trinta Anos, que delineia a paisagem política e cultural da Europa
moderna. Os primeiros pontos de luz nas trevas do pensar livre, provocados pela
rendição da razão à soberania da fé durante a chamada idade média, são
percebidos nas obras de pensadores como Copérnico que, em sua defesa e
interpretação da teoria heliocêntrica provocou uma verdadeira revolução. O
deslocamento da terra, obra prima do Deus criador, do centro do universo
significou que o homem, tido como o supremo ato da criação, deixou também de
ocupar seu lugar de criatura sujeito aos caprichos desse Deus.Da mesma forma
que Sócrates, Platão e Aristóteles antes deles os filósofos da modernidade
chamaram para o âmbito da inteligência e capacidade humana a tarefa de pensar o
mundo.
Características gerais da filosofia moderna
O Racionalismo: A filosofia moderna
propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes.
Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as
palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra”. Na Idade Média, na sociedade e na política a
Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi
interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. As obras do
Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus
processos.
O Empirismo: Leonardo Da Vinci resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo
trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e
outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu
desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que
o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da
experiência sensível (empírica). Os historiadores afirmam que o renascimento
nos séculos XIV e XV marcado pela redescoberta da arte e literatura grega, o
humanismo com sua ênfase no temporal e o consequente colocação do homem no
centro da realidade, o repensar da política e estilo de governo marcado pelas
obras do Maquiavel, o estudo científico e a Filosofia Moderna com sua ênfase do
poder racional do homem, sinalizaram um retorno às raízes do pensamento
racional e a morte do poder de controle do astrólogo, do mago e da igreja sobre
o conhecimento.
A perfectibilidade: Os
precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e
Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da
perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar,
entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita. A ciência
renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível
conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento. Embora
enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e
outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores
religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como
Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes
extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade
e interferência no governo.
Referências Bibliográficas:
1.ABBAGNANO, Nicola História da Filosofia, vol. VI. Lisboa
-1970: Editorial Presença. Versão eletrônica:
http://www.4shared.com/file/41469479/2b8af9b8/Nicola_Abbagnano_-_Historia
da filosofia_06.html Acesso em 31.08.2009.
2.CHAUÍ, Marilena Convite à Filosofia Editora Ática -13ª ed.
2006.
foi bom
ResponderExcluirfoi bom
ResponderExcluirfoi directo e breve, li e gostei.muito agradecida
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