O conceito
de filosofia sofreu, no transcorrer da história, várias alterações e restrições
em sua abrangência. As concepções do que seja a filosofia e quais são os seus
objetos de estudo também se alteram conforme a escola ou movimento filosófico.
Essa variedade presente na história da filosofia e nas escolas e correntes
filosóficas torna praticamente impossível elaborar uma definição universalmente
válida de filosofia. Definir a filosofia é realizar uma tarefa metafilosófica.
Em outras palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. O sociólogo e filósofo
alemão Georg Simmel ressaltou esse ponto ao dizer que um dos primeiros
problemas da filosofia é o de investigar e estabelecer a sua própria natureza.
Talvez a filosofia seja a única disciplina que se volte para si mesma dessa
maneira. O objeto da física não é, certamente, a própria ciência da física, mas
os fenômenos ópticos e elétricos, entre outros. A filologia ocupa-se de
registros textuais antigos e da evolução das línguas, mas não se ocupa de si
mesma.
A filosofia,
no entanto, move-se neste curioso círculo: ela determina os pressupostos de seu
método de pensar e os seus propósitos através de seus próprios métodos de
pensar e propósitos. Não há como apreender o conceito de filosofia fora da
filosofia; pois somente a filosofia pode determinar o que é a filosofia. .
Platão e Aristóteles concordam em caracterizar a filosofia como uma atividade racional estimulada pelo assombro ou admiração. Mas, para Platão, o assombro é provocado pela instabilidade e contradições dos seres que percebemos pelos sentidos. A filosofia, no quadro platônico, seria a tentativa de superar esse mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente a realidade última, composta por formas eternas e imutáveis que, segundo Platão, só podem ser captadas pela razão. Para Aristóteles, ao contrário, não há separação entre, de um lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, um mundo exclusivamente captado pela razão. A filosofia seria uma investigação das causas e princípios fundamentais de uma única e mesma realidade. O filósofo, segundo Aristóteles, conhece, na medida do possível, todas as coisas, embora não possua a ciência de cada uma delas por si.
Platão e Aristóteles concordam em caracterizar a filosofia como uma atividade racional estimulada pelo assombro ou admiração. Mas, para Platão, o assombro é provocado pela instabilidade e contradições dos seres que percebemos pelos sentidos. A filosofia, no quadro platônico, seria a tentativa de superar esse mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente a realidade última, composta por formas eternas e imutáveis que, segundo Platão, só podem ser captadas pela razão. Para Aristóteles, ao contrário, não há separação entre, de um lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, um mundo exclusivamente captado pela razão. A filosofia seria uma investigação das causas e princípios fundamentais de uma única e mesma realidade. O filósofo, segundo Aristóteles, conhece, na medida do possível, todas as coisas, embora não possua a ciência de cada uma delas por si.