domingo, 20 de maio de 2012

O que você entende por Filosofia da Educação?


O conceito de filosofia sofreu, no transcorrer da história, várias alterações e restrições em sua abrangência. As concepções do que seja a filosofia e quais são os seus objetos de estudo também se alteram conforme a escola ou movimento filosófico. Essa variedade presente na história da filosofia e nas escolas e correntes filosóficas torna praticamente impossível elaborar uma definição universalmente válida de filosofia. Definir a filosofia é realizar uma tarefa metafilosófica. Em outras palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. O sociólogo e filósofo alemão Georg Simmel ressaltou esse ponto ao dizer que um dos primeiros problemas da filosofia é o de investigar e estabelecer a sua própria natureza. Talvez a filosofia seja a única disciplina que se volte para si mesma dessa maneira. O objeto da física não é, certamente, a própria ciência da física, mas os fenômenos ópticos e elétricos, entre outros. A filologia ocupa-se de registros textuais antigos e da evolução das línguas, mas não se ocupa de si mesma. 
A filosofia, no entanto, move-se neste curioso círculo: ela determina os pressupostos de seu método de pensar e os seus propósitos através de seus próprios métodos de pensar e propósitos. Não há como apreender o conceito de filosofia fora da filosofia; pois somente a filosofia pode determinar o que é a filosofia.  .
Platão e Aristóteles concordam em caracterizar a filosofia como uma atividade racional estimulada pelo assombro ou admiração. Mas, para Platão, o assombro é provocado pela instabilidade e contradições dos seres que percebemos pelos sentidos. A filosofia, no quadro platônico, seria a tentativa de superar esse mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente a realidade última, composta por formas eternas e imutáveis que, segundo Platão, só podem ser captadas pela razão. Para Aristóteles, ao contrário, não há separação entre, de um lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, um mundo exclusivamente captado pela razão. A filosofia seria uma investigação das causas e princípios fundamentais de uma única e mesma realidade. O filósofo, segundo Aristóteles, conhece, na medida do possível, todas as coisas, embora não possua a ciência de cada uma delas por si.

EM QUE CONSISTE A “TEORIA DOS DOIS MUNDOS” DEFENDIDA POR PLATÃO



Platão exerceu uma grande influência na educação grega, tendo sido o mais importante
discípulo de Sócrates. Ele o principal responsável pela transmissão escrita dos ensinamentos do seu mestre. Além disso, criou as suas próprias idéias, demonstrando possuir um notável zelo pelo saber. A teoria dos dois mundos “mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das idéias” destacasse como o cerne do pensamento platônico.
O pensamento cartesiano nos remete e nos faz admitir um dualismo, um momento de divisão de dois mundos: de um lado, o mundo dos corpos sensíveis e extensos, que possuem grandeza espacial e que podem se tornar conhecidos através da matemática pura (da ciência); do outro lado, o mundo racional, cuja essência é o próprio pensar. O mundo físico e extenso, visto pelo dualismo cartesiano, se transforma em uma grande máquina entendida, unicamente, pelas leis matemáticas atribuídas ao pensamento como possuidor de idéias claras e distintas. Jamais a verdade sobre o mundo das coisas poderá ser dada pela percepção como fonte de verdade, já que as impressões (a sensação) recaem constantemente no erro e na falsidade.
A prática da intersubjetividade segundo a proposta da Teoria da Ação Comunicativa permite a conciliação de dois mundos: o mundo do sistema e o mundo da vida, onde a teoria e a prática estão interligadas através de ações concretas, numa dinâmica comunicativa entre os atores envolvidos visando novas racionalidades. Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dos tipos de realidade. A sensìvel e a Intligível. Existe dois mundos: O mundo Real e o mundo das idéias.O mundodas idéias, que é o mais verdadeiro porque se mantém igual.  Platão, após fazer esta distinção entre dois mundos, aplica estes conceitos à esfera do ser humano, construindo uma concepção dualista de homem. Aliás, este ponto é muito importante para a compreensão da Filosofia de Karl R. Popper, principalmente para saber quais foram as bases para sua idéia de dualismo e mais tarde de pluralismo.



sábado, 12 de maio de 2012

Teoria da “Maiêutica” defendida por Sócrates

Defensor da Razão como única via de acesso ao conhecimento, Sócrates desenvolve
um método próprio de análise filosófica. Este método é denominado de “maiêutica” (em grego “parto das idéias”), cujo objetivo é possibilitar ao homem o conhecimento de si mesmo. Consiste em “fazer perguntas e analisar as respostas de maneira sucessiva até chegar à verdade ou contradição. Desta forma, este método faz com que as pessoas comecem a pensar a partir daquilo que não conhecem, ou seja, pela ignorância Sócrates, quando remonta à maiêutica como arte filosófica, não apenas cria um problema posterior, como encontra sérias dificuldades em seu tempo para contrapor o propósito sofista da verdade alcançada pela retórica, então sugere que a verdade está no interior do homem. Quando lemos algo sobre Sócrates, ou mesmo nos diálogos de Platão, sempre como o mais sábio dos sábios, podemos nos encantar e nem perceber o problema maior que ele causou. Mas, sem dúvida, o seu propósito é inovador. A verdade está no ser. A verdade está em nós e não escondida nos deuses, no cosmos e no universo exterior.

Socrátes conduzia este parto em dois momentos distintos : no primeiro, ele levava as pessoas a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, ele os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complexas. Agindo dessa forma poderia empregar o verdadeiro sentido da palavra educar que vem do latim educere - significa literalmente trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial para o estado da realidade manifestada. A maiêutica socrática funcionava a partir de dois momentos essenciais: um primeiro em que Sócrates levava os seus interlocutores a pôr em causa as suas próprias concepções e teorias acerca de algum assunto; e um segundo momento em que conduzia os interlocutores a uma nova perspectiva acerca do tema em abordagem. Daí que a maiêutica consistisse num autêntico parto de idéias pois, mediante o questionamento dos seus interlocutores, Sócrates levava-os a colocar em causa os seus "preconceitos" acerca de determinado assunto, conduzindo-os a novas idéias acerca do tema em discussão.

Método Pedagogizador e a prática educacional voltada para intersubjetividade

Conhecimento baseado na perspectiva da razão instrumental promoveu uma educaçãovcom estilo pedagogizador, que se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não é relevante para as reais necessidades do aluno. Esse modelo de educação tem sido pensado como um dos maiores desafios da contemporaneidade, e os seus críticos vem tentando superar este estilo na educação.

Vem se constituindo, lentamente sob um novo discurso pautado pela transformação.
Mas ainda caminha sob a sombra do modelo “pedagogizador”, uma vez que não basta somente mudar o discurso, é preciso efetivar os discursos mediante a ação comunicativa.
Para inverter o modelo de educação pautado por este estilo, torna-se necessário fazermos propostas para uma educação mais consistente e comprometida com uma efetiva emancipação do sujeito. Dessa forma, acreditamos que uma prática
pedagógica associada à Teoria da Ação Comunicativa pode contribuir para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.
Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo pedagogizador ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas pelos processos jurídicos e políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica. A partir da Teoria da Ação Comunicativa, pode-se conceber o espaço da escola, como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade, isto é, a partir do momento em que os indivíduos se perceberem como sujeitos e atores sociais, poderão pensar que a sociedade pode ser de outra maneira, e agir de outra maneira, refletindo sobre os problemas da sociedade, interpretando, participando, dialogando, enfim, buscando o consenso em torno dos interesses comuns.

Intersubjetividade: entende-se a comunicação das consciências individuais, umas com
outras, efetuando-se sob o fundo da reciprocidade.
A prática da intersubjetividade segundo a proposta da Teoria da Ação Comunicativa permite a conciliação de dois mundos: o mundo do sistema e o mundo da vida, onde a teoria e a prática estão interligadas através de ações concretas, numa dinâmica comunicativa entre os atores envolvidos visando novas racionalidades. Nesse sentido, um modelo de educação calcado na intersubjetividade é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A NOVA FORMA DE PENSAR DA FILOSOFIA MODERNA


O Racionalismo



O Racionalismo é uma corrente que defende que a origem do conhecimento é a razão. Os racionalistas acreditam que só a razão pode levar a um conhecimento rigoroso. Também desvalorizam os sentidos e a experiência devido à sua falta de rigor. Possuem uma visão otimista da razão porque acreditam que ela possibilita o conhecimento humano.
Descartes - Sendo um racionalista convicto, Descartes procurou combater os cépticos e reabilitar a razão. Os cépticos duvidavam ou negavam mesmo que a razão pudesse conduzir ao conhecimento. Descartes vai procurar demonstrar que a razão é a origem do conhecimento humano.
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão.

                                                             O Empirismo

O empirismo é descrito-caracterizado pelo conhecimento científico, a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das idéias por onde se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados; pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente o que é percebido atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do sujeito que afirma a variação da consciência de acordo com cada momento. No decorrer da história da Filosofia muitos filósofos defenderam a tese empirista, mas os mais famosos e conhecidos são os filósofos ingleses dos séculos XVI ao XVIII, chamados, por isso, de empiristas ingleses: Francis Bacon, John Locke, George Berkeley e David Hume. Os empiristas dizem que nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. Os objetos exteriores excitam nossos órgãos dos sentidos e vemos cores, sentimos sabores e odores, ouvimos sons, sentimos a diferença entre o áspero e o liso, o quente e o frio, etc.

Criticismo Kantiano

Criticismo tem origem no alemão Kritizismus, representa em filosofia a posição metodológica própria do kantismo. Caracteriza-se por considerar que a análise crítica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional constituem-se no ponto de partida da reflexão filosófica. Doutrina filosófica que tem como objeto o processo pelo qual se estrutura o conhecimento. Estabelecida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, a partir das críticas ao empirismo e ao racionalismo.
Influenciado pela leitura de Hume. em especial pelas criticas que este faz ao dogmatismo racionalista. Kant (1724-1804) tenta encontrar uma solução que supere a dicotomia representada pelo ceticismo empírico e pelo racionalismo. Para empreender essa tarefa. Kant propõe o” método transcendental”, método analítico com o qual empreenderá a decomposição e o exame das condições de conhecimento e dos fundamentos da ciência e da experiência em geral.




Bibliografia

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1996. 
CHAUI, Marilene, Filosofia Novo Ensino Médio. Ed. Atica, 2005.

FILOSOFIA MODERNA E SUA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


A Filosofia Moderna corresponde ao pensamento desenvolvido da metade do século XV ao final do século XVIII. O que chamamos de mentalidade moderna advém das transformações culturais, sociais, religiosas e econômicas que ocorreram na Europa deste período. Os historiadores da filosofia designam como filosofia moderna aquele saber que se desenvolve na Europa durante o século XVII tendo como referências principais o cartesianismo - que é, a filosofia de René Descartes , a ciência da Natureza galilaica — isto é, a mecânica de Galileu Galilei —, a nova idéia do conhecimento como síntese entre observação, experimentação e razão teórica baconiana — isto é, a filosofia de Francis Bacon — e as elaborações acerca da origem e das formas da soberania política a partir das idéias de direito natural e direito civil hobbesianas — isto é, do filósofo Thomas Hobbes. Muitos historiadores preferem localizar a filosofia moderna no período designado como Século de Ferro, situado entre 1550 e 1660, tomando como referência as grandes transformações sociais, políticas e econômicas trazidas pela implantação do capitalismo, enquanto outros consideram decisivo o período entre 1618 e 1648, isto é, a Guerra dos Trinta Anos, que delineia a paisagem política e cultural da Europa moderna. Os primeiros pontos de luz nas trevas do pensar livre, provocados pela rendição da razão à soberania da fé durante a chamada idade média, são percebidos nas obras de pensadores como Copérnico que, em sua defesa e interpretação da teoria heliocêntrica provocou uma verdadeira revolução. O deslocamento da terra, obra prima do Deus criador, do centro do universo significou que o homem, tido como o supremo ato da criação, deixou também de ocupar seu lugar de criatura sujeito aos caprichos desse Deus.Da mesma forma que Sócrates, Platão e Aristóteles antes deles os filósofos da modernidade chamaram para o âmbito da inteligência e capacidade humana a tarefa de pensar o mundo.
 Características gerais da filosofia moderna
O Racionalismo: A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra”.  Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. As obras do Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus processos.
O Empirismo: Leonardo Da Vinci resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Os historiadores afirmam que o renascimento nos séculos XIV e XV marcado pela redescoberta da arte e literatura grega, o humanismo com sua ênfase no temporal e o consequente colocação do homem no centro da realidade, o repensar da política e estilo de governo marcado pelas obras do Maquiavel, o estudo científico e a Filosofia Moderna com sua ênfase do poder racional do homem, sinalizaram um retorno às raízes do pensamento racional e a morte do poder de controle do astrólogo, do mago e da igreja sobre o conhecimento.
A perfectibilidade: Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita. A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento. Embora enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade e interferência no governo.

Referências Bibliográficas:
1.ABBAGNANO, Nicola História da Filosofia, vol. VI. Lisboa -1970: Editorial Presença. Versão eletrônica:
http://www.4shared.com/file/41469479/2b8af9b8/Nicola_Abbagnano_-_Historia da filosofia_06.html Acesso em 31.08.2009.
2.CHAUÍ, Marilena Convite à Filosofia Editora Ática -13ª ed. 2006.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CONCEITO DE ONTOLOGIA



Ontologia significa o conhecimento do ser, e é um termo de origem grega. Ontologia reproduz a natureza do ser, da existência dos entes, da realidade e das questões metafísicas em geral.
A ontologia é uma parte da filosofia, trata do ser concebido que tem uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. Para a ontologia, qualquer coisa que existe é percebida apenas como algo que é nada mais do que isso, porissso ela é fundamental para muitos ramos da filosofia.
A ontologia pode ter se originado na Grécia antiga, porém os primeiros registros da palavra ontologia tiveram sua forma na língua latina em 1606.
A palavra ontologia também é usada na Ciência da Computação e Ciência da Informação, e significa um modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio, e os relacionamentos entre estes domínios. A ontologia é, pois utilizada para fazer inferências sobre os objetos do domínio.
Ontologias são utilizadas em web semântica, em engenharia de software, em inteligência artificial e arquitetura da informação sendo uma forma de representação de conhecimento sobre o mundo.
A ontologia é a parte da metafísica que estuda o ser em geral e as suas propriedades transcedentes. Pode dizer que é o estudo do ser por aquilo que é realmente,define o ser e estabelece as categorias fundamentais das coisas a partir do estudo das suas propriedades dos sistemas e das suas estruturas.Estuda os seres tal como são e não como base nos fatos ou nas propriedades dos sistemas e das estruturas.
As principais questões abordadas pela ontologia destacam as entidades abstratas ao contrário dos seres humanos, das mesas, dos cães e das flores.
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PENSAMENTO EDUCACIONAL DE PLATÃO E ARISTÓTELES


Platão apresenta de forma evidente que há um estreita e necessária relação entre Política, Conhecimento e Educação. Quando sugere o sentido da Educação como Paidéia =Educação integral – corpo e alma, como um meio de construção de uma república ideal, sedimentada no Bem, no Justo e no Belo, ele dá um caráter muito parecido com o que entendemos de educação hoje. Platão aponta uma perspectiva que ainda alimenta a mística da educação como promoção e qualidade do ser. Ou seja, uma coletividade justa e voltada para o bem nasce de um processo em que os indivíduos são educados para a construção Justiça, embora ela nem sempre seja fácil de ser conceituada, fundamentada ou mesmo justificada pela argumentação. Certamente que as repúblicas que se fundaram a partir do horizonte utópico da república modelo se construiriam em perspectivas diferentes em que a justiça, o bem e o belo seriam os fios da permanência desse estado perfeito de organização da Pólis, garantidos pela educação integral do ser humano. È nesse sentido que o pensamento educacional de Platão fixou-se nessa necessidade e possibilidade de qualificação do ser para vida coletiva. Definitivamente não há senso coletivo sem o empreendimento educacional.

 Aristóteles aponta na Politéia, de Homero, há uma proposta educacional muito curioso, pois os deuses têm características humana. Não só formas, mas atitude humana como ciúme, raiva, amor etc. Isso já dá uma perspectiva interessante, ou seja, se investimos na qualificação do nosso ser, através da educação, podemos alcançar um nível mais elevado de nossa existência, muito embora não tenhamos o dom da imortalidade, podemos nos assemelhar aos deuses na busca do conhecimento. Nesse sentido é que nasce aquilo que chamamos de estética da existência. Cada ser humano assume a sua autoconstrução como se fosse uma obra de arte. Com isso, a educação vai perdendo herança divina para assumir um caráter de finalidade humana. E Aristóteles, temos uma compreensão dialética da educação e, ao mesmo tempo, uma espécie de sistemática de tudo o que foi dito e entendido sobre o assunto Grécia Antiga e Clássica. Esse caminho apontado por Aristóteles mostra que ele instituiu no fato de que a educação ou o processo de conhecimento leva o ser humano a buscar o meio termo, a temperança, nem muita festa nem de menos. Percorrido pelo bom uso do conhecimento. Isto só acontece pela virtude obtida pela educação das novas gerações numa perspectiva de construção interior da pessoa.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O MITO, O QUE ELE SIGNIFICA E REPRESENTA NO ÂMBITO DA CULTURA OCIDENTAL


O Mito surgiu na cultura ocidental como a primeira forma de explicar a realidade natural ou social.
Na Grécia antiga cultivava-se a tradição oral e o mito nasce dessa oralidade da cultura popular, esse discurso era destinado a um público ouvinte, que o tratava como verdade absoluta por acreditar de forma radical em quem estava narrando.
             O mito além de procurar uma explicação para a realidade , tinha como objetivo amenizar os temores do homem frente o mundo em que vivia. Ele descreve a relação do homem com os deuses de forma poética e metafórica. Expressando por meio de seu poder crativo como as coisas passaram a existir e teve como finalidade representar , por meio de uma linguagem simbólica, a realidade do mundo humano. Diferente da Filosofia que se baseia em sistemas e conceitos, o mito é marcado por um forte simbolismo, por uma forma de expressão até mesmo literária, sem nenhum caráter lógico e racional. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.
O mito do Curupira 
Conta-se que era um anão com os pés virados ao contrário, calcanhar para a frente, dedos para trás. Seu rastro engana os caçadores inescrupulosos, fazendo com que eles se percam na floresta. Protetor das árvores e dos animais. Mito conhecido de vários índios sul-americanos, tem diversas denominações. Na Venezuela, o chamam de Máguare, na Colômbia, Selvage, e os incas peruanos o denominam Chudiachaque. Em alguns lugares, é descrito como sendo careca, e em outros como tendo a cabeleira vermelha.


DIFERENÇA ENTRE A “FILOSOFIA” E “FILOSOFIA DE VIDA”



Filosofias são estruturas de interpretação da realidade que nos possibilitam atuar, pensar e sentir os acontecimentos de nossa vida. Seja econômicos, científicos, políticos, espirituais, religiosos, sexuais, tecnológicos, alimentares, da moda. É na adolescência que cada um de nós cria uma filosofia de vida, uma concepção da vida e do mundo que ira interferir em nossas atitudes e modo de ser, para vida toda. A passagem do senso comum para o bom senso, identificamos esse último à filosofia de vida. Enquanto o senso comum é fragmentário, incoerente, preso a preconceitos, o bom senso supõe a capacidade de organização que dá certa autonomia ao homem que analisa sua experiência de vida cotidiana. A educação e a filosofia andam juntas, por meio da filosofia as pessoas refletem sobre a construção do conhecimento do saber. O questionamento do real e do imaginário bem como das coisas materiais e espirituais são discutidas nos estudos filosóficos.
A filosofia de vida refere-se ao modo de viver em sociedade, no que diz respeito a postura e atitudes sociais, nas escolhas, no respeito ao ser humano e a valorização do mesmo dentro de um contexto social. A busca de convivência com certas pessoas, grupos e o distanciamento de outras ou outros. Uma filosofia de vida pode também se relacionar com a vida espiritual e alimentar por exemplo, que faz com que algumas pessoas façam escolhas que se adequem à sua concepção de certo ou errado, de bom ou ruim. A filosofia é a ciência pelas causas primeiras,para resolver o problema da vida. Isto quer dizer que a solução do problema da vida é a finalidade última da filosofia, mas tal solução é unicamente possível através de uma metafísica. É sumamente humana, prática; mas, ao mesmo tempo, o problema da vida não tem solução a não ser através de um sistema da realidade. A filosofia é, portanto, uma construção a mais alta e sólida construção da razão humana, que parte do terreno firme da experiência para justificar. Em abstrato e substancialmente, poderia a filosofia ser realizada pela sã e eficiente razão humana do indivíduo, posta em frente ao enigma do mundo; entretanto, em concreto e plenamente, o sistema da filosofia é realizado aos poucos, através do gradual progresso da humanidade, mediante a história da filosofia como acontece a respeito de todos os valores humanos. Nós elaboramos nossa filosofia de vida com a vida.